quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Ainda te quero.


”Acabou,estúpida,acabou”. Sussurrava pra si mesma a cada lágrima que soltava. Acabou mas ainda doía. Acabou mas ela ainda precisavatanto,tanto,tanto dele… Nunca tinha amado alguém. Ninguém tinha partido o seu coração antes. Ela fugia,mas a cada esquina que cruzava no seu caminho de fuga,via alguém. Com seja o que for, um dar de ombros parecido, uma risada com o mesmo tom, um cheiro com o mesmo conforto. Não podia fugir por que a coisa era dentro dela. Estava presa em si mesma. E a cada vez que tentava, era como dar um soco em ponta de faca. Machucava, e a faca permanecia intacta, cortando por dentro. Seu objetivo parou de ser fugir, passou a ser parecer forte. Mas estava tão cansada. E isso estava na sua cara,nos seus gestos,nas suas palavras. É como se tivesse desperdiçado quase um ano inteiro. Ninguém mais aguentava vê-la assim, muito menos ela. Mas não conseguia. Sentia um aperto por dentro. Ouvia a mesma voz na sua cabeça. Tinha as mesmas dores insuportáveis, e dias intermináveis. E guardava a saudade no frio do peito como uma filha. Não abria mão dela. Não parava de pensar. Ela não queria mais sofrer. Ela queria voltar a ser quem sempre foi. Mas era tão difícil com tanto dele em volta. Por dentro. Ela queria fugir, e não conseguia. Ela queria sorrir com sinceridade, e nunca podia. Ela queria apenas alguma coisa que mudasse isso tudo. E mais do que ela queria todas essas coisas juntas,ela o queria. De volta. De novo.


Marina Neves
Quantas vezes essa frase te enganou?